O governo Lula editou uma medida provisória criando um fundo de até R$ 20 bilhões para incentivar estudantes pobres a permanecerem no ensino médio.
Trata-se de mais um passo no programa do ministro da Educação, Camilo Santana, de criar uma bolsa para os alunos pobres, que, enquanto estiverem matriculados, terão acesso a recursos financeiros (com direito a uma retirada maior quando da conclusão do curso).
Educação é um dos maiores, senão o maior, desafio brasileiro: nada distribui mais renda e nada contribui mais para o desenvolvimento do país do que ela, mas trata-se de um setor em que o país tem desempenho abaixo da crítica desde sempre. Entre os grandes obstáculos à melhoria da educação está a evasão escolar — especialmente no ensino médio, quando jovens abandonam a escola para trabalhar e ajudar nas despesas de casa.
Ainda há muitas dúvidas e muito a ser definido no plano do governo, mas bolsa para estudantes pobres faz parte do repertório das medidas empregadas nas experiências mais bem sucedidas do país. A ser bem implementada, será das iniciativas mais importantes e bem-vindas que o atual governo terá feito.
A esquerda, que tem por missão histórica a distribuição de renda, não dá a menor bola. O próprio Lula, que assinou a MP, nunca menciona o assunto em público. Os temas que interessam são meio ambiente, aumento da produção de petróleo (como se não houvesse contradição), medidas fiscalmente expansionistas e política externa. O único tema ligado a educação que aparece no discurso de Lula e da esquerda é a revogação da reforma do ensino médio (o que seria um retrocesso).
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Manter estudante pobre na escola, assim como melhorar a qualidade do ensino são assuntos que só interessam ao ministro Camilo Santana e seus auxiliares no ministério da Educação.
Deseja-se toda sorte ao ministro.
(Por Ricardo Rangel em 29/11/2023)
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