Foi um ano particularmente difícil para o Geo Barents. O navio de salvamento de migrantes da Médicos Sem Fronteiras que atua no Mediterrâneo Central desde 2021.
“Sempre que há bom tempo há vários barcos a partir”, aponta Juan Matias Gil, um dos coordenadores responsáveis pelas operações da embarcação. Um ritmo no fluxo de migrantes que foi constante ao longo do ano. “Por certo, assistimos à duplicação em comparação com o ano passado”.
Isto resultou num ano negro: pelo menos 3300 pessoas morreram a tentar a travessia para a Europa, segundo números avançados pela MSF. São mais mil do que o registado no ano passado e o número mais alto de mortes desde 2017. “São mais pessoas que iniciaram a viagem, mais pessoas que morreram e mais pessoas intercetadas no mar”, refere Juan Matias.
Em Itália, os números do Ministério do Interior indicam que desembarcaram no país 155.201 pessoas até esta quinta-feira. Um crescimento de cerca de 50% quando comparado com 2022 (ano em que se registaram 103.469 entradas) e de 2,33 vezes relativamente a 2021 (quando chegaram 66.482 pessoas).
Migrantes em Lampedusa, Itália. Foto: Ciro Fusco/EPA