O diretor-geral da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, revelou esta quarta-feira preocupação por estarem “a multiplicar-se” os perigos em torno das centrais nucleares ucranianas, devido à proximidade dos combates e aos cortes de eletricidade.
“Há uma série de perigos que estão a multiplicar-se e que persistirão até ao fim do conflito”, disse Rafael Grossi à imprensa, à margem de uma visita ao local previsto para o enterro de resíduos radioativos em Bure (Meuse), no leste de França.
A central nuclear de Zaporijia, no sul da Ucrânia, continua nas mãos dos russos desde a invasão do país, no início de 2022.
“As ações militares aumentaram e, na missão de especialistas permanente que temos em Zaporijia e também nas outras centrais nucleares ucranianas, estamos a assistir a uma multiplicação dos ataques nas imediações das centrais, o que nos preocupa enormemente”, observou Grossi.
O responsável máximo da agência especializada da ONU referiu também os cortes de eletricidade, “que põem em risco a função de arrefecimento” dos reatores.
Neste contexto, a AIEA está a tentar “ter um efeito dissuasor sobre todas as partes, para evitar que à miséria desta guerra se junte um acidente com consequências radiológicas”, explicou.
Caída nas mãos do Exército russo a 04 de março de 2022, Zaporijia, a maior central nuclear da Europa, foi várias vezes atingida por projéteis e sofreu diversos cortes de energia elétrica, uma situação precária que faz temer um acidente nuclear grave.