Um novo estudo publicado recentemente na revista científica “Journal of Archaeological Science” revelou uma descoberta surpreendente: um fóssil de 16 mil anos encontrado em uma caverna na França pode ser a evidência mais antiga do vínculo entre humanos e cães. A descoberta, feita por uma equipe de pesquisadores liderada pelo arqueólogo Luc Janssens, está levantando dúvidas e mudando a forma como entendemos a relação entre humanos e cães.
O fóssil em questão é um crânio de um cão pré-histórico, encontrado na caverna de Trou de la Mère Clochette, no sudeste da França. A caverna é conhecida por ser um importante sítio arqueológico, onde já foram encontrados restos de animais e ferramentas de pedra utilizadas pelos humanos pré-históricos. No entanto, o crânio de cão é a primeira evidência concreta de que os humanos e os cães já conviviam há milhares de anos.
O crânio foi encontrado em 2011, mas só agora foi possível realizar uma análise detalhada e publicar os resultados. Os pesquisadores utilizaram técnicas de datação por radiocarbono para determinar a idade do fóssil e descobriram que ele tem cerca de 16 mil anos. Além disso, a análise do DNA do crânio revelou que ele pertencia a uma espécie de cão que já está extinta, conhecida como Canis familiaris.
Essa descoberta é importante porque, até então, acreditava-se que os primeiros vínculos entre humanos e cães surgiram há cerca de 14 mil anos, durante a Revolução Neolítica. Nesse período, os humanos começaram a se estabelecer em comunidades agrícolas e a domesticar animais para auxiliá-los em suas atividades. No entanto, o crânio de 16 mil anos sugere que essa relação pode ser ainda mais antiga.
Além disso, a análise do crânio também revelou que o cão pré-histórico tinha uma dieta semelhante à dos humanos da época, o que sugere que ele vivia em estreita proximidade com os humanos e se alimentava dos mesmos alimentos. Isso reforça a ideia de que os cães já eram domesticados e viviam em comunidades humanas há milhares de anos.
Essa descoberta também levanta questões sobre como essa relação entre humanos e cães se desenvolveu. Ainda não se sabe se os humanos pré-históricos domesticaram os cães ou se eles se aproximaram dos humanos por conta própria. No entanto, os pesquisadores acreditam que essa relação pode ter sido benéfica para ambas as espécies, já que os cães poderiam ajudar os humanos em suas atividades e, em troca, recebiam proteção e alimento.
Além disso, essa descoberta também pode mudar a forma como entendemos a evolução dos cães. Até então, acreditava-se que os cães modernos descendiam de uma única espécie de lobo, o Canis lupus. No entanto, o crânio de 16 mil anos pertence a uma espécie diferente, o que sugere que os cães podem ter sido domesticados a partir de diferentes espécies de lobos.
Essa descoberta também é importante para a compreensão da evolução humana. A presença de cães nas comunidades humanas pode ter influenciado o desenvolvimento da sociedade e da cultura, além de ter proporcionado uma companhia e uma ajuda valiosa para os humanos pré-históricos.
No entanto, os pesquisadores alertam que ainda é necessário realizar